quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Feliz ano novo!

A todos um feliz ano novo!
Muita saúde e paz.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Uma vida, muitas histórias, pessoas, lugares...
 As lembranças são constantes na vida de quem tem a sensação de ter perdido muito tempo da vida. Eu perdi, perdi quase 41 anos. E o que me despertou? A proximidade da morte ( que coisa boba de se dizer. Ninguém sabe quando ela vai vir, e é melhor assim. Acredite!), ou seja, pela proximidade com  algo que me trouxe a verdade sobre a vida: O câncer. 
E ai para recuperar 40 anos de vida? Pensei e não perdi mais que um segundo para entender,  isso seria impossível, então decidi viver, é viver cada minuto da vida, livre de ansiedades e de nostalgias excessivas, então tento balancear o que espero do futuro com o que tenho do passado e obter como resultado um presente mágico! É assim que tenho vivido e tenho conseguido ser muito feliz nestes últimos 2 anos e seis meses. 
Vejam só, para aprender a viver eu tive que encontrar a ameaça da morte! Muito estranho isso, mas entes tarde do que nunca.
Tivesse eu, a mesma vida de antes, eu estaria morta, pois  eu tinha um corpo são e um espirito doente e troquei  por um corpo doente e um espirito são, livre...
Sou muito  feliz e gostaria muito de que todas as pessoas que convivem com um câncer tirassem desta vivência     um exemplo, uma aprendizagem que os conduzissem ao crescimento, ao amadurecimento e consequentemente a uma vida real, intensa, integra e acima de tudo muito verdadeira no sentido de que percorremos a estrada da vida terrena rumo a vida eterna prometida pelo nosso criador e salvador.
Peço a Deus muita coragem para viver tudo que me for dado viver e sou muito grata a Deus pela grande oportunidade de  aprender e principalmente pela capacidade de discernir que não posso viver tudo que perdi viver pela minha cegueira(41 anos), pois se assim o fizesse, estaria atras de um passado que não volta e estaria perdendo o presente que tenho  pela misericórdia de Deus.
Obrigada por seu amor meu Deus!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A dinâmica da trajetória de uma pessoa com câncer



É curioso a trajetória de uma pessoa com câncer.
Parei para analisar a minha trajetória e achei muito interessante.
No momento do diagnóstico,o choque (pra gente e para as outras pessoas), ai esse grupo de pessoas quefazem parte do nosso mundo se divide em vários subgrupos. Alguns se envolvem,se solidarizam, ficam curiosos, indiferentes, uns se chegam e outros se afastamde você, mas a vida segue em frente...
Ai eu parei para ver o comportamento de algumas pessoas, familiares,amigos, profissionais de saúde ou simplesmenteconhecidos.
Vejamos:
Muitas pessoas agem de forma tão artificial para disfarçar quesabem que você está doente, que chega a ser engraçado. Estas pessoas teencontram e perguntam se está tudo bem, mas sequer te deixam responder e jámetem outra conversa no meio, e o mais engraçado, é que essas conversas são sempre futuristas, que épara dar o ar de certeza de que você vaiestar viva daqui a algum tempo e estas se despedem de você com um tom de que umpróximo encontro será certo.
Outras tantas pessoas, se solidarizam, dizem estar em orações por você e que estas orações darão muito certo esua cura é uma certeza, mas a curiosidade no olhar delas muitas vezes éaparente. Elas te olham buscando um sinal de que você está melhor ou pior doque a ultima vez que te viu.
Algumas te ignoram, não perguntam nada referente a teuestado de saúde e nem como esta tua vida, estes falam de coisas banais ecasuais, dão a impressão de estarem fugindo da gente com medo que peçamos aelas, um pouco de saúde por amor de Deus.
Outras pessoas se disponibilizam a te escutar. Querem compartilhara dor! Muito nobre, porem deve ser muito cansativo, pois a maioria delas desiste muito rápido. Nada contra, pois foidai que eu entendi aquela música que diz assim: “a dor é minha, a dor é de quem tem” e é. A dor é subjetiva é difícilde mensurar imagine dividir? !
E a família? Leva um tempo para se acostumarem com o fato real daameaça da morte, mas inconscientemente vão se trabalhando para ajustarem suasvidas a sua ausência. Começam a elaborar suas vidas sem aquela pessoa que está “condenada”a morte; ai eu discordo porque não é um câncer que condena alguém a morte. Oque condena a morte é o simples fato de estar viva. Ai parando para observar aatitude destas pessoas, percebemos queelas perdem momentos únicos e valiosos de suas vidas por acharem que por nãoterem câncer não estão sujeitas a morte e ai eu conclui que depois de umcâncer, vivemos mais intensamente a vida e tudo que ela nos traz.
A família écomposta por pessoas e estas se encaixam nesta variação de comportamento, assimcomo os amigos ou simples conhecidos.
Alguns se envolvem profissionalmente com você por conta da suacondição de saúde. E o comportamento varia da mesma forma. Uns se dizem realistase ai falam as verdades ( segundo eles) de forma ríspida e as vezes malvada,outros adotam meias palavras e nunca dizem tudo que você precisa saber, outrosminimizam a s coisas pensando que assim você suportará melhor a situação eainda se acham verdadeiros heróis ou senhores bondade e na maioria das vezesestes, são péssimos atores e disfarçam muito mal seu pessimismo. E desta formaconcluí não haver também um comportamento profissional adequado a situação e omelhor para a pessoa com câncer é exatamente esta mistura de postura, poisassim acaba que balanceando um pouco, a verdade com a esperança e isso nos ajudaa conviver com a doença. Nesta minha caminhada, quero citar a participaçãohumana e bondosa da Dra. Eponina Régia, ela conseguiu colocar em suas açõesbondade e verdade e através deste comportamento ela me fez sentir imensamentemelhor.
Conhecidos. São os mais curiosos. Como eles olham! Mas não estoucondenando o comportamento deles não, alias, eu até entendo, pois essa historiade trajetória da morte ( pois é assim que é vista a caminhada de alguém que temcâncer) desperta imensa curiosidade. E aqui deixo uma sugestão, aproveitem a curiosidadee observem quão grande é a alegria deuma pessoa com câncer, pelo simples fato de estar viva e adotem esse comportamentona vida de vocês. Isso serve para todas as pessoas, familiares, amigos econhecidos, parem de reclamar que o cabelo tá feio, que está gorda, que a perna é fina (rsrsrsr),eu quero viver independentemente de beleza. A vida é bela por si só.
O fato é que não existe um padrão de comportamento adequado paraas pessoas adotarem em relação a postura delas diante de uma pessoa com câncer,e a participação de todas as pessoas e seus mais variados comportamentos fazema vida mais interessante, mais digna de ser aproveitada em toda sua plenitude eeu acabo que curtindo tudo e todos de uma forma bem minha e tem um detalheimportante nisso tudo, eu aprendi com ocâncer a viver desta forma.
Sou muito grata a todas aspessoas que passaram por mim nesta caminhada, qualquer que seja o comportamentodelas, foi sempre muito válido, acrescentou muito a minha vida.
Obrigada pela participação de cada um de vocês na minha vida. Vocês fizeram parte de momentos alegres ou tristes, mas com certeza momentos vividos com muita vontade de estar ali naquele momento e vivê-lo com toda intensidade.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meus sonhos...

Os sonhos da gente são tesouros que guardamos no íntimo do nosso ser e fazemos deles, razões, motivos ou até pretextos para não pararmos diante dos obstáculos que surgem nos nossos caminhos. O mais curioso é que nomeamos os nossos desejos de vida de forma bem particular, ou seja, de acordo com a nossa personalidade. Costumamos chamá-los de sonhos, objetivos, projetos de vida, desejo, meta, e esta nomeação muda a forma como os encaramos e até mesmo de como lutamos para alcança-los.
Eu sempre nomeei os meus de SONHOS, acho bonito, meigo,(rsrsrs) e sempre batalhei muito para realizá-los.
Alguns sei que não será impossível e isso não me frusta, não seria justo nem legal e nem humano que todos os meus sonhos se realizassem, até seria desinteressante, pois, se assim fosse, que graça teriam as vitórias se elas fossem uma rotina, uma constante? Já outros tantos ( sonhos), realizei total ou parcialmente, e alguns outros ainda vou buscar a realização. Que confuso, não?
Mas porque estou falando nisso agora?
Estou há uma semana em hipotireoidismo, por conta de uns exames que vou fazer ( PCI e PET SCAN) e essa falta do hormônio me limita um pouco, pois sinto dores no corpo e uma certa lentidão mental e de reflexos.
Ma s voltemos a questão sonhos:
Acalentei durante anos um sonho de trabalhar em um determinado local, batalhei bastante, me preparei para isso, investi, mas esta oportunidade só veio... (ei, porque tô chamando meu sonho de "oportunidade"?)... mas enfim só agora surgiu uma oportunidade de trabalhar neste local e fazendo exatamente o que sonhei ( agora sim... sonhei!) e sabe o que vou ter que fazer? Dizer "NÃO, não posso". Então não vou realizar este sonho por conta da minha condição física, condição essa, transitória, graças a Deus ( hipotireoidismo e sendo assim todas as chatices que vivemos enquanto estamos em "hipo" - como carinhosamente chamamos o hipotireoidismo). É isso, lá vou eu ter que dizer um não a uma realização.
Triste? Estou sim, sou humana e me dou esse direito, mas não acho que tudo esteja acabado por isso, a vida continua e eu posso guardar mais um pouquinho esse sonho e realizá-lo mais tarde.
Esta é a vantagem do sonho, em pouquissimas situações ele não pode ser adiado.
Então decidi: Não vou classificar esse sonho como irrealizável, o que vou fazer é recolocá-lo na minha galeria de sonhos e tentar realizá-lo depois.
Como é bom estar viva, como é bom poder sonhar, realizar ... ou não, mas estar aberta a novos sonhos ou a reformulação dos velhos, sentir que a vida está realmente sendo vivida, sem desperdícios com coisas sem importância, isso sim, é muuuuuuuuuuuuuuito bom!

SAÚDE E FIQUEM COM DEUS

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A VIDA E SEUS ENSINAMENTOS

Se prestarmos atenção a os acontecimentos da vida, veremos que é muito difícil ver alguém satisfeito com a sua vida. Hoje mais cedo, estava eu pensando nos meus sonhos, e eu tenho um sonho que não consegui realizar e guardo num lugar muito especial do meu coração, sei que talvez não seja possível realiza-lo e o mais impressionante é que hoje (agora) vi alguém bem próximo de mim muito depressivo por ter ganhado da vida um feito equivalente ao meu sonho. Muito engraçado isso, ver alguém triste porque ganhou da vida exatamente o que o outro quer , e ficar triste por isso. Vá entender a raça humana!

Ah, mas eu questionei: o que lhe entristece é ter da vida o que sonhei para mim a vida inteira? A pessoa caiu na real e deixou de frescura.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Mas sou feliz com o que tenho. Só em estar aqui agora, é muitoooooooooo

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Faz um tempinho que eu não ando por aqui. Muita coisa mudou desde a ultima vez que postei algo aqui, inclusive meu pescoço... a cicatriz cresceu bastante. rsrsrs
Brincadeiras a parte, eu fui submetida a mais duas cirurgias cervicais. É uma longa conversa, mas vou tentar resumi-la.
Tive que fazer esvaziamento cervical por conta de um nódulo (recidiva?) no leito tireoidiano e dois linfonodos metastizados, inclusive puncionados e confirmados em citologia e lavado da agulha. Fui operada dia 04/06/2010, 3 horas de cirurgia e ao acordar eu achei que tinha uma coisa errada, mas o que? Não sei, mas tinha. E eu insisti nessa ideia a ponto da minha medica (endócrino que me acompanha) solicitar um mês depois da cirurgia que eu fosse a capital do meu estado fazer uma US e nesse mesmo tempo chegou o resultado do histopatológico e adivinhem? Nele só vinha biopsiado um nódulo. Ai foi uma loucura na minha vida. Cade os outros? Pergunta que não encontrávamos resposta e nem tinha uma resposta que coubesse nesta pergunta e me satifizesse, aliás, nem a mim nem aos profissionais (sérios e comprometidos) que me acompanham e ai a US se tornou a unica chance de resposta para a tal pergunta. Fui lá, no mesmo médico que fiz a US antes da cirurgia e a punção. Falei mais ou menos assim (PARA ELE SENTIR O PESO DA PERGUNTA);
- Dr. estou aqui, operada de um mês, fiz o esvaziamento a esquerda para retirar estes nódulos que o senhor puncionou e foi confirmado em citologia a malignidade ( mostrei para ele a US de um mes antes da cirurgia). Só que ao receber o histopatologico só veio um nódulo.
O médico olhou o exame atentamente e disse :
- Vamos dá uma olhada no seu pescoço.
Deitei-me na cama com ajuda da auxiliar dele ( pois ainda estava muito debilitada da cirurgia)
Ele começou a US e me olhou e me deu a pior noticia que ouvi na minha vida:
- É. O histopatológico ta certo. Os outros dois nódulos que eu puncionei estão aqui no seu pescoço.
Senti um frio me invadir. Senti um nó na garganta. Senti um medo e fiquei surda, adormecida...sei lá.
A voz do médico soou longe e eu fui voltando a mim.
- Dulcinéa, eu sinto muito, mas eles estão aqui ( disse outra vez o médico)
Levantei da mesa de exames e sai do consultório. o mundo parecia girar e o meu coração disparado. Peguei um taxi e sai da clinica. Estava sozinha e a maior ironia é que aquela foi a primeira vez que tinha ido sozinha fazer um exame. Liguei para o meu marido, mas não sei exatamente o que falei, depois disso recebi uma série de telefonemas (filhos, marido, mãe, comadre) e para ser sincera não lembro quase nada daquela tarde.
Voltei para casa e recomecei a luta.
Tive que marcar outra cirurgia para retirar os dois nódulos retro-jugulares que o médico renomado não retirou e também não me disse que os tinha deixado, também não falou nada para o meu marido que é médico também e estava no centro cirúrgico no dia que ele "me operou"
O resto da historia? Falo depois é longa...